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O que perdemos quando damos todo nosso tempo ao trabalho?

Ao se dedicar intensamente ao trabalho, muito é perdido. Não havendo tempo para si e tendo demandas que se julgam mais importantes, as escolhas podem não ser sábias

Atualmente, a jornada de trabalho se expande de forma virtual, porém em um ritmo de trabalho infindável, que invade os lares e os momentos de lazer. Quando não havia evolução tecnológica o trabalho se findava ao sair dele, no entanto no mundo moderno o trabalho tende a ser continuo com cobranças fora de hora e um stress muito exacerbado.

A pergunta é o que essa aceleração intensa de tarefas e afazeres pode ocasionar? Recentemente uma pesquisa liderada por cientistas finlandeses sugere que o excesso de trabalho pode aumentar o risco de declínio mental e, possivelmente favorecer a demência. Já dizia Esther Correia “… todo excesso esconde uma falta… “ e podemos nos afirmar que essa falta nessa situação seria falta de memória. O declínio cognitivo está associado geralmente ao paciente idoso e com comorbidades. Desta maneira, nos faz crer que a importância de bons hábitos e boas escolhas no decorrer da vida, pode nos favorecer com um corpo mais saudável e uma memória repleta de informações que nos caracteriza e nos traz de volta a qualquer instante as experiências de uma vida.

Ao se dedicar intensamente ao trabalho, muito é perdido. Não havendo tempo para si e tendo demandas que se julgam mais importantes, as escolhas podem não ser sábias. Sendo assim, horas de sono, tarefa importante para o bom funcionamento do cérebro, é perdida. Alimentação industrializada e rápida não repõem o que o corpo espera de um alimento de qualidade com vitaminas como a b12, que é primordial ao sistema nervoso. A atividade física é sempre postegarda, fazendo aumento de peso e logo favorecendo a diabetes, hipertensão e hipercolesterolemia. A escassez de atividades de lazer e encontros com pessoas com quem se tem laços afetivos faz essas pessoas mais deprimidas e isoladas. São esses fatores que durante a vida inteira se somam em comorbidades e diminuem gradativamente as capacidades dignas de uma velhice com qualidade de vida.

O professor Mika Kivimäki, que trabalhou na pesquisa afirmou que os cientistas vão continuar com o estudo para examinar se os efeitos são duradouros e se o excesso de trabalho pode levar a problemas mais graves como demência, pois indivíduos que trabalhavam mais de 55 horas por semana tinham menos habilidades mentais do que os que faziam o horário normal. Entretanto, não se sabe ainda, se a razão da perda de memória seria o excesso de trabalho e como isso causa efeitos no cérebro.

Acredita-se na relação de acordo com as evidências recentes, logo os empregadores que insistem que as pessoas trabalhem em excesso, na verdade não estão fazendo bons negócios.