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Greve dos bancários influenciou crédito e inadimplencia

A taxa média de juros para pessoas físicas subiu 1,3 ponto percentual, para 47% ao ano, de setembro para outubro.

crédito, o aumento das taxas de juros e da inadimplência em outubro foram influenciados pela greve dos bancários, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

A taxa média de juros para pessoas físicas subiu 1,3 ponto percentual, para 47% ao ano, de setembro para outubro. Essa é a maior taxa desde maio de 2009, quando ficou em 47,3% ao ano. Já para as empresas, a taxa caiu 0,2 ponto percentual para 29,8% ao ano. A inadimplência, atrasos superiores a 90 dias, para as pessoas físicas subiu 0,1 ponto percentual para 7,1%. Para as empresas, a alta foi de 0,2 ponto percentual para 4% ao ano.

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 1,946 trilhão, em outubro, alta de 0,8% em relação a setembro e de 18,4%, em 12 meses. Esse saldo representou 48,5% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), o mesmo resultado observado em setembro deste ano. Em outubro de 2010, essa relação estava em 45,6%.

Segundo Maciel, por conta da greve, as operações de crédito que são realizadas em agências bancárias, como crédito consignado, ficaram prejudicadas. Já as operações que envolvem crédito pré-aprovado e que normalmente tem taxas de juros mais altas apresentaram crescimento nas concessões, no período. No caso do crédito consignado, por exemplo, que tem juros mais baixos, houve queda de concessões para pessoas físicas de 13,4%, de setembro para outubro. Já as concessões de cheque especial, com taxa de juros alta, tiveram crescimento de 4,3%.

Na avaliação de Maciel, a inadimplência também foi afetada pela greve dos bancários, uma vez que, com as agências fechadas, os clientes não tiveram como renegociar ou fazer pagamentos.

Segundo Maciel, nos próximos meses, deve haver recuo na inadimplência devido à queda da taxa básica de juros, a Selic, a partir de agosto, e da reversão parcial de medidas de restrição do crédito definidas pelo BC.

Nos dados preliminares de novembro, até o dia 10 (sete dias úteis), a taxa de juros média para pessoas físicas caiu 1,5 ponto percentual em relação ao final de outubro e ficou em 45,5% ao ano. No caso das empresas, houve alta de 0,1 ponto percentual. Nos sete dias úteis deste mês, o saldo das operações de crédito cresceu 0,9% em relação ao sétimo dia útil de setembro. Para pessoas físicas, a alta no saldo foi de 1,1% e para as empresas 0,8%.