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O mercado de trabalho internacional para brasileiros está aquecido. De acordo com dados do Relatório Global de Contratações Internacionais 2024, da Deel, houve um crescimento de 53% no número de contratações de brasileiros por empresas estrangeiras. Os Estados Unidos consolidaram-se como o principal destino, concentrando cerca de 85% das vagas, segundo levantamento da TechFX.
Com salários médios que podem chegar a US$ 110 mil por ano (cerca de R$ 598 mil) para desenvolvedores, a atratividade é clara. No entanto, um ponto que ainda gera confusão é a diferença entre taxa de câmbio e spread, dois fatores que afetam diretamente quanto o profissional realmente recebe em reais.
Segundo especialista da fintech Higlobe, "muitos profissionais não possuem experiências prévias fazendo esse tipo de operação cambial, e podem perder uma parte importante do seu salário escolhendo plataformas custosas. Fazer uma boa pesquisa, pedir simulações é fundamental para ter uma noção clara de todos os custos envolvidos", explica Samyra Ramos, country manager na fintech, que ajuda profissionais remotos a receberem seus pagamentos dos EUA.
A taxa de câmbio mostra o valor de uma moeda em relação a outra, indicando quantos reais são necessários para comprar um dólar. É ela que vai indicar a cotação do momento, sendo importante para avaliar quando fazer as conversões. É importante salientar que existem várias taxas de câmbio, como o câmbio comercial, o câmbio turismo, dentre outros. Já o spread é a margem de lucro que plataformas de transferência adicionam a essa taxa, sendo a diferença entre o câmbio empregado pela empresa e o valor cobrado do cliente.
Os valores podem variar bastante em bancos tradicionais, que em alguns casos acrescentam taxas fixas além do spread. Em outros métodos de recebimento, pode existir um custo menor, variando entre 0,5% e até mesmo 0,3%, como é o caso da Higlobe. Por isso, a especialista recomenda que, antes de escolher um serviço de transferência global, o usuário compare as taxas e faça simulações para que consiga fazer a melhor escolha no momento da conversão.
"Cada profissional deve avaliar os custos que cabem no seu bolso, entendendo quais outros benefícios as plataformas oferecem para trazer praticidade e economia no seu dia a dia", comenta Samyra. Além do spread, é importante prestar muita atenção ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que também incide sobre a conversão; dependendo do método de recebimento escolhido e do tipo de atividade prestada, é possível ter esse tipo de imposto zerado.
Ademais, entender o fluxo das transferências globais é crucial para o planejamento financeiro individual. Saber o momento certo para converter, qual serviço usar, e como monitorar a cotação cambial auxilia o profissional a fazer escolhas mais bem pensadas, assegurando que o esforço de trabalhar remotamente se converta em lucros reais.
"Para ficar por dentro de como funciona essa dinâmica de trabalhar remoto e receber em dólar americano, por exemplo, é importante acompanhar outros profissionais que já vivem essa experiência para tirar dúvidas, pedir conselhos e ficar antenado nas novidades", complementa a executiva da Higlobe.
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