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Antecipe-se ao Imposto de Renda 2025 e evite erros
Filipe Martins, contador e docente do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Cesuca, orienta sobre documentos necessários, deduções e mudanças para este ano
Com a proximidade do período de entrega da Declaração do Imposto de Renda 2025, muitos contribuintes começam a se preocupar com a organização dos documentos e o risco de cometer erros que podem resultar em pagamento indevido de impostos ou até mesmo cair na malha fina da Receita Federal. Para evitar transtornos, a melhor estratégia é se antecipar e preparar a documentação com antecedência.
Segundo Filipe Martins, contador e professor do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Cesuca, a pressa na reta final pode levar a omissões e inconsistências, gerando complicações futuras.
"Quanto mais cedo o contribuinte começar a reunir seus comprovantes e conferir as informações, menores são as chances de erros e maiores as oportunidades de otimizar as deduções permitidas pela Receita. Além disso, a organização prévia evita surpresas e permite uma escolha mais assertiva entre os modelos de tributação disponíveis", explica o especialista.
De acordo com Martins, a primeira etapa para um preenchimento correto é garantir que todas as informações financeiras estejam organizadas. Os contribuintes devem reunir:
- Comprovantes de rendimentos, como salários, aposentadorias, aluguéis e honorários de profissionais autônomos;
- Informes bancários e de corretoras sobre investimentos e aplicações financeiras;
- Recibos de despesas dedutíveis, como consultas médicas, tratamentos odontológicos, mensalidades escolares e contribuições para previdência privada (PGBL);
- Contratos e escrituras de compra e venda de imóveis ou veículos;
- Documentação sobre dependentes, incluindo CPF e despesas associadas.
Os informes de rendimentos de salários e pagamentos a autônomos serão disponibilizados pelas empresas a partir do dia 3 de março de 2025, tornando essencial que os contribuintes confiram se os valores informados estão corretos.
“Anualmente, a Receita Federal pode estabelecer novas regras e ajustes na tributação. Para 2025, é fundamental estar atento a alterações nas faixas de isenção, mudanças nos limites de dedução e novas exigências para investimentos e ativos no exterior”, explica Filipe Martins, ressaltando ainda que tributações sobre dividendos, novas regras para criptomoedas e exigências mais detalhadas sobre contas bancárias internacionais são alguns dos temas que devem ser observados. “É essencial acompanhar as atualizações para evitar problemas no envio da declaração", alerta.
Ao preencher a declaração, o contribuinte pode optar entre o modelo completo ou simplificado:
- Modelo completo: recomendado para quem tem muitas despesas dedutíveis, como saúde e educação, pois permite abater valores específicos e reduzir a base tributável;
- Modelo simplificado: aplica um desconto padrão de 20% sobre os rendimentos tributáveis, sendo vantajoso para quem tem menos despesas a declarar.
A dica do especialista é simular ambos os modelos no sistema da Receita Federal e escolher aquele que resultar em menor tributação ou maior restituição.
Erros comuns e como evitá-los
Os principais equívocos que podem levar o contribuinte à malha fina incluem:
- Omissão de rendimentos, como aluguéis, aposentadorias ou ganhos de capital;
- Erros na digitação de valores, divergências entre informes de rendimentos e a declaração;
- Inclusão indevida de dependentes, sem comprovação de vínculo;
- Declaração incorreta de venda de bens, sem pagamento do imposto sobre ganho de capital.
"Se houver inconsistências, o contribuinte pode ser notificado e precisará retificar a declaração. O ideal é revisar atentamente os dados antes do envio e manter a documentação organizada para eventuais esclarecimentos", orienta Martins.
Quando procurar um contador?
Para declarações mais complexas, como aquelas que envolvem múltiplas fontes de renda, investimentos no exterior e ganhos de capital, o auxílio de um contador pode ser fundamental para evitar problemas e maximizar os benefícios fiscais.
"Quem tem uma situação tributária mais simples pode preencher sozinho, mas se houver dúvidas sobre deduções, tributação de investimentos ou venda de bens, o suporte de um profissional pode fazer diferença na economia de impostos e evitar futuras dores de cabeça", explica o especialista.
A recomendação final de Martins é não deixar a declaração para a última hora e manter um planejamento contínuo para garantir mais segurança e eficiência no processo.