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Inteligência Artificial é aliada das instituições durante inclusão financeira
Com experiência online nos bancos ainda bastante deficiente, a IA pode ser a pedra fundamental para trazer mais pessoas ao mercado financeiro e, de quebra, melhorar os negócios das instituições
Dados do Instituto Locomotiva apontam que, no Brasil, a soma de pessoas sem conta bancária com aquelas que movimentam pouquíssimo chega a 29 milhões de cidadãos. Somado a isso, um outro estudo, dessa vez do Google Cloud, reforça ainda mais o problema de inclusão financeira por aqui, já que a experiência online nos bancos ainda deixa bastante a desejar. De acordo com o levantamento, além de 80% das instituições não localizarem resultados quando há algum erro de digitação, há ainda falhas de comunicação, com 47% das companhias não oferecendo um produto ou serviço sequer nos primeiros 30 dias de abertura de conta. Dessa maneira, além de diversas pessoas ficarem às margens das facilidades do sistema financeiro brasileiro, muitas autarquias deixam de englobar potenciais clientes e, com isso, prosperar nos negócios.
Para Igor Castroviejo, diretor comercial da 1datapipe, plataforma de consumer insights para cada etapa da jornada do cliente, a Inteligência Artificial pode ser uma opção para mitigar esse problema e promover um cenário mais positivo no Brasil. “Um estudo recente do IBM Institute for Business Value (IBV) mostra que 78% dos bancos já estão usando soluções de IA para se relacionar com os clientes e tornar as operações mais rápidas. Isso só aponta que essa tecnologia está começando a ganhar corpo como uma nova opção em meio a tanta tradicionalidade, permitindo que as autarquias façam melhores negócios”, explica.
De acordo com ele, um dos maiores trunfos resolvidos pela IA é a avaliação de dados alternativos dos consumidores, o que pode levar em conta até mesmo quem passe despercebido nas avaliações dos bancos. “Hoje, no Brasil, existem muitos indivíduos sem registros financeiros, já que o estudo Beyond Borders 2022/2023 mostrou que apenas 40% dos adultos do país possuem um cartão de crédito. Além disso, cerca de 4,6 milhões de cidadãos não possuem contas bancárias. Dessa forma, em uma avaliação de crédito habitual, por exemplo, todas essas pessoas seriam eliminadas porque as instituições não seriam capazes de avaliar suas vidas financeiras”, explica Igor Castroviejo.
O executivo acrescenta que o fato de não possuírem registros financeiros não significa que essas pessoas sejam má pagadoras. “Existem muitas hipóteses que fazem um indivíduo não ter conta no banco ou então um cartão de crédito, como, por exemplo, morar em regiões remotas ou então o caso daqueles que não estão habituados com questões burocráticas”, pontua.
As soluções de Inteligência Artificial são capazes de englobar alguns dados que são independentes dessas questões, como histórico profissional, contas de serviços públicos, alugueis, renda familiar e até tempo de permanência no emprego. “Uma boa ferramenta de IA combinada com análise de dados em tempo real consegue prover para a instituição bancária um histórico robusto da saúde financeira de uma pessoa, mostrando toda a sua relação com o dinheiro e fornecendo insights inestimáveis sobre padrões, tendências e anomalias, dando às empresas pontuações históricas que identificam diversas oportunidades”, acrescenta Castroviejo.
A tecnologia ainda vai além, sendo capaz de avaliar dados geográficos e comportamentais por meio de dispositivos como celulares e computadores, traçando perfis em áreas chave do estilo de vida de cada um, envolvendo áreas como varejo, viagens e saúde. “Isso, por si só, é capaz de identificar padrões ocultos que influenciam nas escolhas das pessoas, mostrando como os indivíduos agem dentro e fora do universo online. Isso fornece percepções cruciais para tomadas de decisões por parte tanto de instituições bancárias quanto de outros players que também oferecem produtos de crédito, por exemplo”.
Além disso, dados da Provenir mostram que a IA é vista como essencial em diversos segmentos, como prevenção de fraudes (59%), redução de custos (52%) e maior precisão dos perfis de risco de crédito (45%). Já um levantamento da Febraban aponta que 96% dos bancos já utilizam Inteligência Artificial Generativa diariamente, o que pode personalizar cada vez mais o relacionamento com os usuários.
Dessa maneira, é possível concluir que a tecnologia é um dos grandes destaques de 2024, representando o futuro da inclusão financeira. “Um estudo do Boston Consulting Group mostra que a IA generativa pode trazer ganhos de produtividade de até 80% nos bancos ao redor do mundo, melhorando inclusive tomadas de decisões relacionadas a crédito. Além disso, dados da McKinsey apontam que a tecnologia deve gerar US$ 13 trilhões globalmente até 2030. Com isso, podemos atestar a sua relevância para o mercado e esperar bons ventos no futuro”, finaliza Igor Castroviejo.
Sobre a 1datapipe
Fundada no início de 2023 por Carey Anderson e Lawrence Smith, a 1datapipe, plataforma de consumer insights baseada em Inteligência Artificial (IA), oferece um overview completo de toda a jornada do cliente, tendo como foco empresas que oferecem crédito a seus consumidores. Assim, os players têm acesso, em uma única API, a cinco pontuações de risco estratégicas, incluindo prevenção de fraude, estimativa de renda, avaliação de crédito, estilo de vida e soluções de inclusão financeira que destacam comportamentos de pagamento confiáveis e uma alta propensão a consumir mais produtos. Essas análises identificam clientes altamente qualificados que anteriormente estavam excluídos dos serviços financeiros.