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Administração pública: quais são as consequências de não investir em inovação?

Inúmeros são os benefícios que a inovação proporciona à gestão pública, desde a modernização dos processos internos até a implementação de novas tecnologias e abordagens para resolver desafios sociais complexos

Autor: Antônio Leite

Inúmeros são os benefícios que a inovação proporciona à gestão pública, desde a modernização dos processos internos até a implementação de novas tecnologias e abordagens para resolver desafios sociais complexos. Um exemplo particularmente profícuo é o processo de inovar de forma aberta, que implica colaboração com diversas partes interessadas, como empresas, ONGs, academia e cidadãos. Ao adotar esse tipo de iniciativa, as entidades governamentais podem aproveitar a vasta expertise e as perspectivas diversificadas desses diferentes grupos. No entanto, não inovar pode resultar em uma prestação de serviços públicos menos eficiente, mais lenta e de qualidade inferior, o que costuma levar à perda de confiança dos cidadãos no governo.

A falta de competitividade que resulta da falta do processo de inovar tende a dificultar a atração de investimentos e o crescimento econômico. Em um mundo cada vez mais conectado e tecnológico, a inovação é essencial para manter a relevância e a eficácia da administração governamental. Portanto, é crucial que os governos estejam abertos a novas ideias e práticas e sejam proativos na busca por soluções inovadoras para os desafios enfrentados pela sociedade.

Sem inovação não há desenvolvimento pleno

A possível miopia da administração pública acerca das inovações do mercado pode levar a uma atrofia irreversível. Um município que não adota tecnologias modernas para melhorar a eficiência dos serviços públicos testemunha o acúmulo de filas em repartições, insatisfação generalizada da população, serviços educacionais e de saúde analógicos e obsoletos, e tantas outras dificuldades decorrentes do atraso na transformação digital acompanhada de inovações abertas e de mercado. Toda essa falta de atualização certamente levará a uma piora na qualidade de vida das pessoas. E não menos importante: será possível observar custos muito mais elevados na operacionalização das máquinas públicas.

Em um prisma mais macro, em termos de competitividade econômica, se um país não acompanhar as inovações tecnológicas e não investir em pesquisa e desenvolvimento, pode perder atratividade para investidores estrangeiros e empresas multinacionais. Isso possivelmente resultará em uma fuga de talentos e investimentos, prejudicando o crescimento econômico e a criação de empregos.

Inovar nem sempre é simples

Embora os desafios possam parecer semelhantes entre os setores público e privado, existem obstáculos específicos na esfera pública, como questões legais, impessoalidade e rigidez estrutural, que dificultam as adaptações e a execução orçamentária. A implementação da inovação aberta na administração pública também apresenta dificuldades, como questões de segurança de dados, proteção da propriedade intelectual e garantia de representatividade e equidade na participação das partes interessadas. Portanto, é essencial que as entidades governamentais desenvolvam estratégias adequadas de gestão e governança para garantir o sucesso da abordagem.

Em resumo, a falta de inovação na administração pública pode resultar em consequências graves, afetando tanto a eficiência dos serviços públicos quanto a competitividade econômica de um país. Governos precisam estar abertos a novas ideias e ser proativos na busca por soluções inovadoras para enfrentar os desafios da sociedade contemporânea e garantir o progresso sustentável.

*Antônio Leite é executivo multidisciplinar sênior, com mais de 28 anos de experiência no mercado, especialmente em governo. Já liderou diretorias de multinacionais conquistando grandes expansões comerciais. Atualmente, além de sócio da Dome Ventures e da SOGO Tecnologia, é Head Comercial e Vice-Presidente Executivo da Alfa Group. - E-mail: domeventures@nbpress.com.br